quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, diz OMS.


Relatório afirma que um milhão de indivíduos decidem tirar a própria vida a cada ano. Entre jovens de 10 a 24 anos, esta é a segunda maior causa de morte A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. Ou seja, por ano, um milhão de indivíduos decidem tirar a própria vida. Atualmente, 55% destes têm menos de 45 anos de idade - em 1950, por outro lado, 60% dos suicidas eram mais velhos que isto. Os dados são de um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta sexta-feira (7).O suicídio é a terceira causa de morte mais recorrente entre as pessoas de 15 a 44 anos.                                          Já entre os jovens de 10 a 24 anos, o suicídio constitui a segunda maior causa de morte. Os índices entre os jovens aumentaram tanto que em um terço dos países esta faixa de idade é considerada a de "maior risco" pela OMS."As causas exatas do porquê desta mudança de tendência não sabemos.        É um fenômeno que afeta todos os países e que está aumentando, mas as razões principais não as conhecemos, são muitas, variadas e mudam muito de caso a caso", disse Alexandra Fleischmann, do departamento de Saúde Mental da OMS.Em geral, as mulheres realizam mais tentativas de suicídios do que os homens, mas estes são mais efetivos porque usam métodos mais radicais (como armas de fogo ou pesticidas) do que elas, que abusam de remédios.                                                                           Os fatores que determinam uma tentativa de suicídio são múltiplos e variados - psicológicos, sociais, biológicos, culturais e ambientais -, mas, generalizando, a OMS afirma que as desordens mentais (depressão e uso desproporcional do álcool, especialmente) são um fator maior de risco na Europa e nos Estados Unidos, enquanto nos países asiáticos o impulso "representa um papel essencial"."Por exemplo, nas zonas rurais da Ásia há um grande problema com os pesticidas. Em uma situação de desespero, os agricultores tomam impulsivamente o pesticida e morrem rapidamente", afirmou Alexandra."Além disso, nas zonas remotas, o acesso aos estabelecimentos de saúde é muito mais difícil.                                                                                                                                                      Se a tentativa de suicídio é realizada em um apartamento de uma grande cidade desenvolvida, essa pessoa pode ser levada de urgência a um hospital e ser salva", disse.Com relação à América Latina, a região mantém tradicionalmente baixos níveis de suicídios, apesar de existirem grandes diferenças entre os países, como revela o 1,9 por cada 100.000 homens peruanos que tiram a própria vida, frente aos 26 por cada 100.000 dos homens uruguaios."Tradicionalmente as taxas na América Latina se mantiveram baixas, mas vemos a mesma tendência que no resto do mundo, ou seja, o aumento dos índices, sobretudo entre os jovens", afirmou a especialista.                                                                  Alexandra explicou que os recentes estudos revelam que apesar dos países escandinavos continuarem tendo altas taxas de suicídios, o fenômeno se estende na Europa do Leste e, particularmente, na Ásia, "em grandes países como China e Índia, com uma grande população e com imensos problemas ligados ao desenvolvimento e à globalização".Consultada sobre o aumento de suicídios relacionados à crise econômica que afeta alguns países da Europa, Alexandra afirmou que, na maioria dos casos, as pessoas que os cometeram eram previamente "vulneráveis", e a pressão só exacerbou a situação.Perante isto, a OMS recomenda atuações multidisciplinares, como a formação do pessoal de educação e saúde, a restrição do acesso aos métodos (pistolas, pesticidas, remédios), "cuidar" da apresentação pública dos casos (evitar publicá-los na imprensa), entre outros.A especialista alertou sobre o perigo que representa a falta de consciência sobre a importância do problema e o fato de que seja um tema tabu em muitas sociedades.  

Fonte; Revista Epoca.